Dica n.º 130 - Sexta, 26.08.2005
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Duas particularidades ortográficas

Há dois casos de ortografia que costumam produzir muita dúvida nos que pretendem escrever com acerto. Trata-se do emprego de letras maiúsculas ou minúsculas nas seguintes situações:

  1. Depois de ponto de interrogação ou de exclamação – Usa-se letra minúscula depois de ponto de interrogação ou de exclamação, no mesmo período, na primeira palavra que aparecer depois daqueles sinais, como em “Por que você demorou? perguntou a mãe aflita.” e “Que paisagem mais linda! exclamou Paulo.”. Repare que os períodos só terminam em “aflita” e “Paulo”, respectivamente. Vemos, pois, que o ponto de interrogação e o de exclamação não equivalem a ponto final quando não indicam fim de período. Situação diferente é a de “Por que você demorou?” e “Que paisagem mais linda!”. Nestes casos, os sinais de pontuação marcam fim de período. A primeira palavra de outro que vier depois terá, obviamente, a inicial maiúscula: “Onde está o porteiro? Pensei que estivesse aqui.”.

  2. Maiúsculas e minúsculas dentro de parênteses
  • Se o trecho entre parênteses constitui frase ou oração inserida no interior do período, ele principia geralmente com inicial minúscula. Nesta hipótese, não há ponto final dentro, mas pode ser utilizado ponto de interrogação ou de exclamação, conforme o caso. Exemplos: “A diretoria só examinará o pedido em setembro (ela reúne-se mensalmente), mas é possível aguardar a decisão”; “O parlamentar (quem diria?) arvorou-se em defensor da moralidade”; “As irregularidades foram tantas (que horror!) que a comissão pediu mais um mês de prazo para concluir o relatório final”.
  • Se o trecho entre parênteses constitui frase ou oração a parte, colocada depois do fim do período, inicia-se com inicial maiúscula e o sinal de pontuação (ponto final, ponto de interrogação ou de exclamação) é colocado dentro dos parênteses e não, fora. Exemplos: “A data da reunião foi marcada propositalmente para o dia 30. (O prédio está vazio nos sábados.)”; “Sob o comando de Luxemburgo, a equipe mineira fez campanha fantástica. (Alguém se surpreende?)”; “A previsão do tempo para este fim de semana é de céu claro, sem chuva. (Que beleza!)”.
Leia mais em:
Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida, §144, 1 e §145, Notas, 3.ª.
Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, p. 647.

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