Dica n.º 170 - Sexta, 27.02.2009
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Sinonímia não-vocabular

Sinonímia é o fenômeno lingüístico pelo qual se pode substituir determinada palavra, expressão ou frase em um texto sem alteração do sentido geral. A unidade que sai e a que entra são chamadas “sinônimos”. Por exemplo: em “Cláudia é pessoa extrovertida”, a palavra assinalada pode ser substituída por “comunicativa” com manutenção do sentido da frase. Nesse contexto, portanto, “extrovertida” e “comunicativa” são sinônimos. Constatamos também, facilmente, que em muitos contextos “engraçado” é sinônimo de “hilariante” ou “hilário”, etc.

Assim, em consequência do que aprendemos em momentos diferentes de nossa vida escolar, relacionamos imediatamente sinônimo com vocábulo. Entretanto, o que raramente os professores ensinam é que a sinonímia não se verifica apenas no âmbito vocabular. Ela pode-se dar em unidades menores que a palavra – morfemas – e em maiores: frases. Isso significa que prefixos e sufixos podem ser sinônimos. Assim, o prefixo “pro-” e o elemento de composição “vice-”, ambos de origem latina, têm, os dois, o sentido de substituição, em lugar de. Dessa forma, podemos trocar um pelo outro em “procônsul”/“vice-cônsul” e em “pró-reitor”/“vice-reitor”. O mesmo se dá com o prefixo grego “a-” e o português “não-”, que passam idéia de negação, como em “agramatical”/“não-gramatical”. (Leia mais a este respeito clicando aqui.) Encontramos igualmente sinonímia nestes prefixos, que transmitem idéia de oposição: “anti-” (grego) e “contra-” (latino), como em “antídoto” e “contraveneno”, palavras que podem ser sinônimas em muitos contextos. O sufixo “-ense” e o “-ano”, que expressam origem, procedência, podem-se comutar em certos contextos, como em “sergipense”/“sergipano”, “rondoniense”/“rondoniano”. O mesmo se passa com “-ense” e “-ino”, como em “correntense” e “correntino”, do topônimo “Corrente” ou “Correntes”. Aí vai depender do uso que a comunidade faz preferindo um ou outro.

Há também a sinonímia no âmbito frasal, que não será abordada nesta oportunidade. *

Leia mais em:
Gramática metódica da língua portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida, § 627 a 631.
Introdução aos estudos lingüísticos, de Francisco da Silva Borba, p. 239.
Manual de expressão oral e escrita, de Joaquim Mattoso Camara Jr., capítulo XVI, p. 133.
Novíssima gramática da língua portuguesa, de Domingos P. Cegalla, p. 285.

* O tema desta dica e muito mais você poderá ver no “Curso de Compreensão de Textos”, via internet, de autoria do prof. Paulo Hernandes, que estará disponível em poucos meses. Aguarde.

Agora, verifique se você assimilou o conteúdo apresentado clicando aqui.



Esta pág. será substituída em 24.04.2009.



 

 
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