Você sabia? n.º 04 - Sexta, 18.08.2000
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  Você sabia... que muitos adjetivos da língua portuguesa estão mais próximos da forma latina do que da do substantivo vernáculo com que se relacionam pelo significado? É o que acontece, por exemplo, com “ocular” (globo ocular, testemunha ocular) e “oculista” (médico oculista), ambos relativos a olho, órgão da visão humana. Então, por que não se diz “globo olhar”, “testemunha olhar”, “médico olhista”, já que essas expressões referem-se a olho? Aí é que está a importância de se conhecer o que houve lá atrás, na origem da língua.

Em latim, a palavra correspondente a olho era oculus, que, por sucessivas transformações fonéticas (a partir da forma flexionada oculum), chegou, em português, ao nosso “olho”. Os sábios e estudiosos da língua, ao criarem palavras para atender à evolução técnica e científica da sociedade, recorrem freqüentemente ao grego e ao latim. Foi justamente o que aconteceu com “ocular”, “oculista” e, é claro, com “óculos” também, formas eruditas recuperadas no baú latino.

Leia também em :
De onde vêm as palavras II, de Dionísio da Silva.
Dicionário de etimologias da língua portuguesa, de R. F. Mansur Guérios
Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa, de Antônio Geraldo da Cunha.

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