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Você sabia... que o traço
afetivo e sentimental do brasileiro é, indiretamente, herança
romana? Pois é. Essa característica, herdada diretamente
dos portugueses, é traço comum dos povos latinos e manifesta-se
também na língua. Assim, várias palavras nossas
originaram-se de diminutivos do latim lusitânico - majoritariamente
do latim popular - que revelavam essa afetividade. Por exemplo: no
latim culto, havia a forma apis (abelha), mas o povo usava
o diminutivo apicula (abelhinha), que, após várias
transformações fonéticas,
resultou no português "abelha". O mesmo aconteceu
com genu, empregado pelo "povão" na forma
diminutiva - genuculu -, a qual, depois de várias
alterações, resultou na atual "joelho". Mais
um caso: no latim literário, empregava-se auris (orelha),
mas a língua popular preferia usar a forma diminutiva auricula,
ou seja, orelhinha. Foi essa que chegou ao português atual,
após várias transformações, como "orelha".
Interessante notar que a afetividade ou jocosidade manifestava-se
também em outras palavras não necessariamente na forma
diminutiva: enquanto o latim erudito empregava equus (cavalo),
a língua popular usava caballus, que significava cavalo
ruim, pangaré. Pois foi esta última que chegou ao português.
Contudo, o feminino culto (equa) chegou normalmente até
nós, depois de ligeira transformação, como "égua".
As formas cultas marcaram presença no português através
de várias palavras que usamos hoje em dia, como "apiário"
e "apicultura" (de apis); "genuflexão"
(de genu); "eqüino", "eqüestre"
e "equitação" (de equus) e assim
por diante.
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