Você sabia... que a paragoge, também
chamada epítese, é mudança
fonética operada por acréscimo? Mas acréscimo
de quê, onde? Trata-se de acréscimo de fonema,
geralmente vogal, no final da palavra. Neste caso, é
chamada "vogal paragógica de apoio". Isso
acontece:
· |
Por ação da analogia
- Dessa forma, ante passou a antes
e é também analógico o /s/ em algures,
alhures e prestes. Esses vocábulos
receberam tal fonema possivelmente por influência
de outros advérbios que já o possuíam,
como mais e a forma arcaica pos
(atual pós). Em falares regionais, principalmente
portugueses, aparece vogal paragógica em animale,
mare e cantare. |
· |
Com empréstimos lingüísticos
- No português, vogais paragógicas, geralmente
/e/, são acrescentadas a empréstimos terminados
em consoantes - especialmente oclusivas e algumas constritivas
-, que, pela índole da língua, não
são usuais nessa posição. Assim,
temos fr. cognac > conhaque, chic > chique,
kiosk > quiosque; ingl. beef > bife,
box > boxe, clip > clipe, club
> clube, film > filme, link > linque,
stress > estresse; ar. al-fakk > alfaque,
al-khaiyat > alfaiate, hashashin > assassino;
al. Wermut, pelo fr. vermout ou vermouth
> vermute. |
Como as demais alterações fonéticas,
a paragoge pode também ser fenômeno sincrônico,
situação em que é classificada como metaplasmo.
|