Você sabia... que a reprodução
pura e simples de nomes espanhóis, especialmente os
escritos com “z”, representa dois problemas? Vejamos
quais são.
O primeiro é a incorreção de pronúncia
que provoca. A língua espanhola, em sua variedade-padrão,
não possui o fonema /z/, ainda que grafe com “z”
muitas palavras. Na verdade, essa letra em espanhol representa
o fonema /s/. Assim, Curuzu, Zorro, zapoteca,
Zapata deveriam, ao entrar na nossa língua,
ter sido convenientemente aportuguesados e escritos “Curuçu
[Curu(a)çu]”, “Sorro”, “sapoteca”
e “Sapata”. Isso porque é assim que se
pronuncia em espanhol, com “ss”, já que,
como acabamos de dizer, não existe o som “z”
no espanhol. Da mesma forma faríamos com as palavras
abaixo:
Forma original
Aristizábal
Montezuma
zorzal
Zamorano
Zaragoza
zarzuela
Zubizarreta
Forma aportuguesada
Aristiçábal
Monteçuma
sorçal
Samorano
Saragoça
sarçuela
Subiçarreta
Compare algumas palavras espanholas e as correspondentes portuguesas:
O segundo problema é a infração à
norma ortográfica. Nomes estrangeiros – especialmente
topônimos
– devem, sempre que possível, ceder lugar à
forma vernácula
ou ser aportuguesados. É por isso que empregamos Atenas
em vez de ,
Filadélfia no lugar de Philadelphia, Londres em vez de
London, Madri no lugar de Madrid, Milão em vez de Milano,
Moscou em lugar de MOCKBA, Nápoles em vez de Napoli e
Nova Iorque no lugar de New York. Em respeito ao citado normativo,
formas estrangeiras que contenham o fonema /s/ em posição
intervocálica precisarão ser grafadas com “c”
(antes de “e” e “i”) e “ç”
(antes de “a”, “o” e “u”).
Assim ocorre com o guarani Nhu-guaçu, com o
árabe Oçama, com o russo Anastácia
e com o japonês Oçaca, em vez das grafias
importadas “Ñu-guazu”, “Osama”,
“Anastasia” (embora a grafia original russa use
outro alfabeto) e “Osaka”, pois é aquela
representação gráfica que espelha mais
fielmente a maneira da qual tais palavras são pronunciadas
nas línguas de origem. A sigla Mercosul ficaria
melhor “Mercossul” para manter-se a pronúncia
do /s/.
Leia mais em:
Saite do prof. Paulo Hernandes, pág. Dica
n.º 14.
Saite do prof. Paulo Hernandes, pág. Descubra
os erros n.º 12 (Clique em “Vietnam”
e “Nova York”.)