Você sabia? n.º 116 - Sexta, 29.12.2006
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Você sabia... que os exemplos mostrados abaixo, que ora circulam na internet, são casos de etimologia popular? Essas frases têm origem em outras, que não foram entendidas corretamente e produziram formas modificadas por analogia a palavras e expressões então conhecidas. Vejamo-los:

• - Forma resultante – "Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.”
  - Forma original – “Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão."

• - Forma resultante – "Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro!"
  - Forma original – Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro!"
  Há outra explicação para essa frase, que a associa ao escaravelho, também chamado “bicho carpinteiro” (PIMENTA, 2002: 40).

• - Forma resultante – "Cor de burro quando foge."
  - Forma original – "Corro de burro quando foge."
  A expressão refere-se a cor indefinida e lembra o tempo em que animais andavam soltos pelas cidades.

• - Forma resultante – "Quem tem boca vai a Roma."
  - Forma original – "Quem tem boca vaia Roma." (verbo “vaiar”)

• - Forma resultante – "Quem não tem cão, caça com gato."
  - Forma original – "Quem não tem cão, caça como gato.” (sozinho)

Essas e outras expressões populares equivocadas acabam adquirindo significado próprio, popularizam-se e geralmente se impõem também na língua culta. Com o passar do tempo, as pessoas repetem-nas sem sequer conhecer a forma original.


Leia mais em:
A casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta.
Saite do prof. Paulo Hernandes, pág. Você sabia? n.º 29.