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Você sabe quais são
as causas da ditongação? Vamos
a elas:
- Síncope de consoante intervocálica
– Em muitas palavras, ao longo do tempo, houve síncope
de consoante intervocálica e a queda deixou as duas
vogais formando hiato. No geral, os falantes da língua
portuguesa preferem evitá-lo e usam alguns recursos
para isso. (Para saber mais a respeito, clique aqui.).
Um deles é a intercalação de semivogal
epentética, o que faz surgir ditongo.
Assim foi em arena > area > areia,
cena > cea > ceia, credo> creo
> creio, fœdu > feo > feio,
tela > tea > teia. O fenômeno
continua: observe como os nomes Lea e Andrea
são costumeiramente pronunciados: Léia
e Andréia (/’l
ya/
e /ã’dr ya/).
- Oclusão – Outras
vezes, houve ditongação pela transformação
do hiato em ditongo por oclusão, como em amades
> amaes > amais, cœlu > ceo
> céu, malu > mao > mau,
padre > pae > pai, velu > veo
> véu. O processo ainda
segue: fio, pronunciado "fiu" (/fiw/),
e coalhada, pronunciado "cualhada" (/kwa'
ada/).
- Vocalização – Para
desfazer-se de grupo consonantal incômodo (lei do
menor esforço), o falante português em alguns
casos substituiu consoante por semivogal: absentia
> ausência, factu
> faito > feito, lacte
> laite > leite, nocte
> noite, regnu >
reino.
- Metátese – O deslocamento
de fonema vocálico provoca a substituição
de vogal por semivogal, como em capio
> caibo, esfameado > esfamiado
> esfaimado, librariu
> livreiro, primariu
> * primairu > primeiro, rabia
> raiva. O fenômeno continua:
tábua > tauba
(pop.).
- Acréscimo de semivogal a vogal nasal –
Isso ocorreu a partir de formas do português arcaico,
como em dan > dão, enton > então,
pan > pão, razon > razão, vam > vão.
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* Forma hipotética: acredita-se tenha existido, mas
ainda não foram encontrados documentos comprobatórios.
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